O mistério da localização do túmulo de Jesus

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É no mínimo estranho que o cristianismo não tenha certeza do local onde Jesus foi sepultado.
Atualmente, são três os lugares em Jerusalém que reivindicam o reconhecimento daquele que seria o local exato do sepultamento de Jesus.
O mais antigo e  famoso é o que se encontra na intimidade da Igreja do Santo Sepulcro. Este é conhecido como o túmulo católico de Jesus. A localização do Santo Sepulcro se deu sob as ruínas do templo construído em homenagem à Vênus, quando da reconstrução feita em Jerusalém por ordem do imperador Adriano, no século II.
O outro lugar, conhecido como a tumba do jardim, é considerado como o sepulcro protestante de Jesus.
Os cristãos em nome da fé e da salvação se dividem na escolha do local de sua morte. A tumba do Jardim ou colina do Gólgota por ficar fora dos muros de Jerusalém, recebe mais um crédito para ser aceita como o lugar da sepultura.
Em 1980, outra sepultura foi descoberta no bairro de Talpiot, nos arredores de Jerusalém. Em 2006, os estudos arqueológicos em torno dos dez ossuários encontrados em Talpiot, revelaram que eles são realmente do século I, e as inscrições trazem os nomes de Mariamne Mara, que seria Maria Madalena, Miriam, a possível Maria, mãe de Jesus, Yehoshú’a bar Yussef, reconhecido como Jesus filho de José, e os nomes de Yehuda bar Yehoshú’a, ou seja, Judas, filho de Jesus e Matya, que foi traduzido como Mateus. Vale a pena conferir o documentário A Tumba Perdida de Jesus, lançado em 2007, tendo como produtor o cineasta James Cameron:
Por que o corpo deveria desaparecer?

       O desaparecimento do corpo de Jesus trouxe duas vantagens ao movimento nascente.
        Primeira, fortificou a fé dos discípulos que, vendo o Mestre materializado perante eles, não mais duvidaram da Sua missão e saíram a pregar o Evangelho.
        Segunda, deixou os sacerdotes sem nenhuma arma para contradizer os ensinos de Jesus. Não puderam semear a confusão, como pretendiam, no seio do Cristianismo.

       
       A história do túmulo vazio, ademais, é posterior, pois o primeiro relato da ressurreição da Jesus, escrito cerca de 20 anos após sua morte, que é o do apóstolo Paulo, não faz menção à descoberta do túmulo vazio e o desaparecimento do corpo de Jesus (1Cor 15,4).
O erudito Geza Vermes diz:
“A tradição transmitida por Paulo ignora o túmulo vazio” (2006, p. 208).
Seguindo a mesma convicção, J. M. Borg e J. D. Crossan afirmam:
“[…] Paulo não enfatiza um túmulo vazio. Pelo contrário, ele baseia sua confiança na ressurreição de Jesus, nas aparições de Jesus aos seus seguidores e, em última instância, no que ele próprio, Paulo, entende como visões.” (2007, p. 253).
Ora, Paulo está preocupado em apresentar provas da ressurreição de Cristo, como não mencionar o sepulcro vazio? Provavelmente porque ele desconhecia essa tradição, que só veio a surgir depois, com os relatos dos Evangelhos.
Como desapareceu o corpo de Jesus? Possivelmente amigos de Jesus transportaram o seu corpo para algum túmulo distante e desconhecido. Ali se desfez, retornando a matéria ao  reservatório da natureza, em processamento natural.

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