A mais antiga representação de Deus (masculino)

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A figura do touro na vida espiritual das populações pré-históricas Europeias e do Médio Oriente, ficou expressa em diferentes formas de arte, desde pequenas esculturas portáteis às pinturas em cavernas, como as de Lascaux, França com cerca de 30.000 anos.

Touros alados em vastas áreas geográficas expressando o sentimento de reverência existente e, principalmente, o modo como o homem arcaico sentia a sua ligação ao restante cosmos, atestada por inúmeras obras de arte desse tempo.

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De fato, de entre os diversos animais adorados pelas civilizações paleolíticas parece que o touro e o bisonte terão sido dos que mais unanimidade de cultos terão tido, a avaliar pela frequência das suas magníficas e deslumbrantes representações na arte rupestre.

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A coroa de cornos foi atributo de sacerdócio e divindade entre os sumérios e um adorno dos antigos sacerdotes guerreiros bárbaros. No antigo Egito o touro sagrado foi magnificamente representado no mito imorredouro do «boi Ápis» tal como na Índia ainda hoje a vaca permanece sagrada e intocável.

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Gu foi o deus ibérico paleolítico da foz do Côa (< Kaua < Kawa) e do Águeda (Ha-Gu-eta) que deu nome à civilização do guanches, dos bascos e dos povos que puseram nome ao Guadiana e ao Gadalquibir.

Na Mesopotâmia, o boi representava Deus e era manducado pelos fiéis, num sacrifício totêmico muito presente em todas as religiões.

Uma inscrição encontrada recentemente na Samaria diz expressamente ‘Yah é bezerro’, no culto oficial do Deus dos Hebreus, representado no Bezerro de Ouro. Yah é o nome de Deus em sua forma curta, ou seja Puro ou Santo para o Senhor (YHWH).

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O touro anda intimamente associado ao culto do Deus dos Hebreus. Yaveh foi venerado, até uma época tardia e em pelo menos dois locais sagrados em Israel (Samaria), sob a forma de um boi dourado que o povo beijava em sinal de veneração.

 O rei de Israel (Reino do Norte) mandou construir dois templos nos lugares altos de Dan e de Bethel, proveu-os de sacerdotes, fez dois bezerros de ouro, instalou um em cada templo e disse ao povo: Israel! Já bastam as vezes que fostes a Jerusalém: eis o vosso Deus que vos tirou do Egipto! E deste modo o povo ia em procissão de um Bezerro a outro”. O interessante nesta nota histórica é perceber a transição da designação de “Touro” para “Bezerro”, que alguns vêem como um diminutivo pejorativo usado pelos redatores da bíblia.

Em outros textos antigos da Bíblia encontramos a imagem de Javé associada a touro: “El, o que tira eles do Egito, seus chifres são como os de touro selvagem (r’m)” (Nm 23,22); “El, o que tira ele do Egito, seus chifres são como os de touro selvagem” (Nm 24,8).

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